Arte: Antes de ser a atividade do artista, é a habilidade de executar experiências de vida de forma consciente, controlada e racional.

Neuroplasticidade:

É a capacidade do sistema nervoso mudar, adaptar-se e moldar-se ao longo do desenvolvimento neural e quando o sujeito se coloca à disposição de novas experiências de vida. Tal capacidade é melhor ativada quando o mesmo indivíduo executa estas experiências de forma consciente, controlada e racional.

Opa. Pera.

Então quer dizer que eu, indivíduo, tenho a capacidade de moldar meus pensamentos por meio da arte, e a arte não necessariamente está relacionada ao campo artístico?! – Isso mesmo.

Que eu, das exatas, das outras áreas de comunicação e humanas, científicas, transendentes e intergalácticas posso ser um artista e não necessariamente trabalhar com arte?! – Aham.

Vamos botar os pingos nos i’s: A função do artista não é bem “fazer arte”. É comunicar-se por meio dela. A arte não é o fim. A arte é instrumento.

A arte não está só no palco, no ateliê, no set de filmagem ou na sala de ensaio… A arte está nas ruas, na escola, no escritório, na nossa casa… A arte está no outro, no amigo, no inimigo, na divergência, na convergência, no conflito, na crise, na perda, na vulnerabilidade, na crença, na descrença, no afeto, na ruptura, na dor, no sucesso, no fracasso, nos desafios, no descanso, no stress…

A arte está no como direcionamos de forma consciente o nosso olhar sobre o mundo.

A sociedade está entorpecida. Mas não vou entrar muito no mérito desse clichê. Está entorpecida pelos motivos óbvios, que você vê e lê todo santo dia: crise, infelicidades diversas, falta de propósito, doenças psicossomáticas e por aí vai…

Deepak Chopra (que é praticamente um co-autor deste blog, pelo tanto que eu cito as ideias dele) diz em seu livro Supercérebro que uma das estratégias para se expandir a consciência é “expor sua mente a uma visão diferenciada através da arte, da poesia e da música”.

Foco aqui na “visão diferenciada”. Visão esta que a escola pouco ensina, principalmente se incluímos o “através da arte” no final da sentença.

Quantas coisas as pessoas poderiam evitar se soubessem usar a arte a seu favor… Os consultórios de terapia talvez não estivessem tão entupidos, e as salas de espetáculos estariam mais cheias.

Vale ressaltar que eu faço terapia, porque eu, artista, esqueço várias vezes de como canalizar meu potencial transgressor. Estive por muito tempo me preocupando mais em ascender na carreira do que em ajudar pessoas. Mas esse é um papo para outro momento.

A Neuroplasticidade é um assunto realmente fascinante! É a ciência provando que o poder da mente e dos pensamentos são reais e tangíveis. Uma pessoa que passa por um grande trauma consegue se recompor quase que totalmente (ou totalmente em alguns casos) quando alinha os tratamentos corretos com um pensamento positivo, em que se imagina superando aquela situação.

Não é milagre! A partir do momento em que a pessoa canaliza a sua criatividade, imagina o modo como quer estar e junta com a ação correta para atingir o objetivo, os circuitos neurais vão se realinhando, enviando novas sinapses ao sistema límbico (responsável por controlar nossas memórias, emoções e aprendizados), regenerando partes do trauma e finalmente fazendo aquelas imagens mentais se tornarem realidade.

Porque você acha que O Segredo, Peça e será atendido e várias outras literaturas sobre o poder da mente são grandes bestsellers?! Porque antes mesmo da ciência convergir nestas descobertas, muitas linhas de pensamento religioso e exotérico já falavam sobre isso! Claro que não era o suficiente para os céticos. Mas agora a parada é cientificamente provada!

E quando você está imaginando este seu “eu de futuro”, o que exatamente você está fazendo?! Imaginando-se em uma situação imaginária. Igualzinho quando um ator está construindo um personagem. Olha aí a arte dando uma flertada com a ciência mais uma vez!

Mas então por que eu não estou rico? Por que eu ainda estou vivendo coisas que eu não gosto? Por que o mundo é tão injusto comigo?! – você pode pensar.

Exatamente pelo fato de você depositar seus pensamentos no por quê não está rico, por quê vive coisas que não gosta e por quê o mundo é injusto com você. Essas são as informações que estão passando pelas suas sinapses, essas danadinhas que aprendem rapidamente a repetir padrões.

Papo de auto-ajuda, eu sei. Mas foi inevitável. Precisamos entender que a qualidade da nossa consciência molda a qualidade do nosso presente.

Onde eu quero chegar:

Citando novamente nosso amigo Chopra (que já é íntimo nessa altura do campeonato): “Para a mente, a consciência é o ventre da criação”. Ou seja, enquanto você conscientemente envia para sua mente pensamentos de impotência, escassez e não pertencimento, o seu sistema límbico te fará agir de acordo com essas sinapses.

Agora, se você enviar conscientemente (mesmo que não orgânico no começo) informações de potência, abundância e pertencimento, o seu sistema irá conduzir seu corpo a encontrar soluções práticas de como atingir isso.

Fácil? Não. Mas é simples assim.

E por que não é fácil?!

Porque você não aprendeu isso na escola. Muito pelo contrario. As atividades criativas eram constantemente deixadas para último plano. Te ensinaram bem direitinho a fazer contas, escrever boas redações e decorar os pontos principais dos conteúdos das provas. Pouco ensinam sobre imaginar.

Por respeito aos seus neurônios, está mais do que na hora das pessoas reaprenderem a imaginar o seu melhor, igual quando brincavam na infância. Voltar a se imaginar como um herói imbatível ou uma mutante com mega-poderes. Mais do que nunca é preciso reaprender a viver verdadeiramente aquilo que você imagina.

Chopra (BFF ❤️) diria: “A consciência tem o poder de transformar seu mundo. Num nível sutil, sua mente se funde às forças criativas do universo”.

Que tal então ser o ator da própria vida?! Vista o personagem que você quer ser. Viva-o verdadeiramente até que ele se torne sua realidade constante.

Pode soar pouco provável. Mas eu te garanto: É completamente possível.